DR. DORIVAL GOMIDE

Adenomiose, doença ginecológica comum entre as mulheres que menstruam e nas pré-menopausadas...

Adenomiose
A adenomiose é uma doença ginecológica comum entre as mulheres que menstruam e nas pré-menopausadas, caracterizada pela presença das glândulas endometriais invadindo o miométrio, ou seja, o endométrio penetrando na parede do útero. É mais frequente nos úteros de multíparas (aquelas com mais número de gestações) e com média de idade entre 20 e 30 anos. A sua incidência apresenta uma grande variação entre os grupos raciais, étnicos e entre as diferentes regiões geográficas.

Aproximadamente 65% das mulheres com adenomiose apresentam sintomas evidentes como: as cólicas menstruais, sangramento uterino aumentado e irregular e dispareunia( dor na relação sexual). A frequência e a gravidade dos sintomas está relacionada com a extensão e a profundidade das lesões. Quanto mais o endométrio invade a parede do útero, pior são os sintomas. As lesões podem ser difusas ou focais, mais frequentemente encontradas na parede posterior do útero.

A adenomiose apresenta-se associada com outras patologias como a endometriose peritoneal e profunda, a miomatose uterina, a polipose endometrial (presença de pólipos dentro da cavidade uterina), a hiperplasia do endométrio e até mesmo com o adenocarcinoma endometrial.

O diagnóstico da adenomiose, de suspeita, pode ser feito por um ultrassom transvaginal  bem feito e por profissionais experientes e pela ressonância magnética da pelve, que dá o diagnóstico de certeza. A histeroscopia diagnóstica com biopsia dirigida e mais profunda que o usual também pode auxiliar no diagnóstico mas e pouco utilizada.

O tratamento pode ser radical, com a realização da histerectomia, independente da via, ou conservador. O tratamento conservador engloba medicações hormonais e sintomáticas. Podemos usar pílulas para tentar regular o intervalo entre as menstruações, pílulas de uso continuo, com o objetivo de diminuir o fluxo menstrual, diminuir as cólicas menstruais e ate mesmo bloquear a menstruação. Estes são apenas tentativas de melhorar a qualidade de vida das pacientes mas não de tratamento das lesões, sendo considerados tratamentos paliativos e que muitas das vezes sem sucesso. Um dos tratamentos de eleição na tentativa de diminuir os sintomas, e a colocação de dispositivo intra uterino hormonal, o qual e de fácil inserção e de bastante comodidade para as pacientes, pois não necessitam ficar lembrando de tomar regularmente as pílulas e com validade de 5 anos. Outra opção de tratamento, e a inserção de pequenos dispositivos sub-dérmicos, a base de gestrinona. Ao meu ver, esta opção e de custo bem mais caro para a paciente e tem o incomodo de troca-los anualmente. Ainda existem medicações injetáveis, como os agonistas do GnRh por 3 a 6 meses, que colocam as pacientes em menopausa transitória e acabam com os sintomas do sangramento, das cólicas e reduzem as lesões adenomióticas, mas cobram caro da paciente, pois os sintomas ligados ao climatério, como secura vaginal, fogachos(calores repentinos), diminuição do libido, insônia e irritabilidade, são frequentes.

Quanto as cirurgias conservadoras, podemos citar dois procedimentos: temos a exérese das áreas adenomióticas, que nem sempre são de fácil realização ou a eletrocoagulação .

A associação com a infertilidade é muito comum, inclusive alguns autores acreditam seja ela a principal causa e não a endometriose fora do sitio uterino. Em casos onde o diagnóstico é bem evidente, podemos optar pelo tratamento com análogos do GnRH por 3 a 6 meses e depois a fertilização in vitro. Mesmo com esta opção de tratamento, a adenomiose e causa frequente de insucesso na fertilização e também causa frequente de abortamentos. A reprodução assistida de alta complexidade parece ser o melhor tratamento para essas pacientes. Por outro lado, o uso das medicações hormonais injetáveis não parecem interferir com a evolução natural da doença.

Como conclusão, deixamos o alerta para pacientes que não estão conseguindo engravidar espontaneamente, que referem os sintomas acima descritos, para procurarem médicos especialistas na área de infertilidade e endometriose, para que a doença seja pesquisada e em caso de confirmação, seja adotada a melhor opção de tratamento, levando-se em conta seus sintomas, suas prioridades e seu desejo em procriar ou prole definida.

Por:
Dr. Dorival Gomide

Ângela Oliveira
Ângela Oliveira
2019-09-21
Fiz uma histeroscopia cirúrgica atendimento maravilhoso equipe do Dr Dorival super competente super Recomendo atendimento no dia 6 de setembro 2019